domingo, 15 de dezembro de 2013

João, por que está sozinho João?



     João, por que se distancia João? Por que não deixa eu te acompanhar? Gostaria de estar contigo, mas não sei se gostaria de estar comigo, por isso esta assim, andando sozinho. Por que não me chamou? Por que não quer que eu te acompanhe? Ah João, sinto por você, sozinho e sem destino andando vagamente sem direção num corpo como se estivesse vazio. Tantas pessoas estão ao se redor pressas em seus interesses e pensamentos, buscando apenas aquilo que as interessam; mas, você se preocupa com elas, chora por elas, sofre muito pelo pouco que é feito, ama muito pelo pouco que é amado. Ah João, eu que sempre te amei, sempre corri atrás de você, vivo a te observar, inclusive agora que sozinho esta a andar. Por que não me observa? Por que anda tão longe de mim? Vejo você caminhar e vou contigo me juntar, pois sempre estive contigo e sempre estarei a sonhar.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Palavras ao vento



Palavras ao vento
São ditas toda hora,
Palavras ao vento
Ditas sem demora.
Palavras ao vento
Gritadas sem saber,
Palavras ao vento
Ninguém quer saber.
Palavras ao vento
Ditas sem voz
Palavras ao vento
Nem ao menos ouço minha voz.
Palavras ao vento
Gritadas sem saber
Palavras ao vento
Um dia hei de saber.
Palavras ao vento
Podem machucar
Palavras ao vento
Lanças sentidas, sem ao menos olhar.
Palavras ao vento
O que estou a dizer?
Palavras ao vento
Um dia vão me trazer.
Palavras ao vento
Será que vai demorar?
Palavras ao vento
Esta ainda a chegar!
Palavras ao vento
Tantas eu lancei,
Palavras ao vento
Um dia as escutarei...

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Frustrado



Me sinto frustrado
Das coisas que tenho feito
Isso tem me afastado
E mostrado um grande defeito.

Tento fazer o correto,
Mas acho que nunca vou acertar.
Esse caminho devia ser reto,
Porém as curvas estão a me frustrar.

Minha frustração está aparente
Já que todos estão a se afastar
Penso que é algo da minha mente,
Mas todos estou a maltratar.

Não é por maldade
Ou falta de amor
Mas a tenra idade
Que me faz ineficiente a dor.

A todos consegui afastar
Até mesmo a quem rapidamente amei
De mim ela estava a gostar
E, sem razão, me afastei.

Como um enviado da tristeza
Insensível e sem amor,
Mesmo com tanta franqueza
Sou um enviado da dor.

Meus amigos eu afastei
Por tanto errar no meu falar
Pessoas com que tanto conversei
Entristeci por tanto maltratar.

Nem mesmo meus familiares,
Felizes estão.
Minha tristeza está pelos ares
E estou a machucar o coração.

Enfim tenho que me afastar
Para a dor eu não ser o enviado
E minha frustração não encontrar
Mais alguém que esteja do meu lado.

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Nunca vai mudar

Às vezes espero que meus sentimentos mudem,
Às vezes acho que eu deva mudar,
Às vezes penso que não tenho sentimentos,
Às vezes penso que não penso.

Me sinto frio muitas vezes
Sem a menor expressão.
Mas sei que meus sentimentos se escondem
Ou tento esconde-los.

Escondo-os para não sentir,
Guardo-os dentro de mim
Tento esquecer a sua existência,
Mas eles sempre gritam o contrário.

Tento esquecer de vários momentos no passado,
Porém, meus sentimentos são saudosistas
Adoram ficar me lembrando
Adoram me transportar para esses momentos.

No entanto, meus sentimentos se esquecem...
Esquecem que pessoas mudam...
Tempo passa...
Histórias se transformam...

Assim vejo minhas palavras jogadas ao vento
Levadas em uma brisa como nunca foram vistas
Apenas sentidas em um breve momento
E esquecidas pelo tempo.

Contudo, o tempo não deixa eu esquecer,
Não deixa meus sentimentos esmorecer.
As imagens guardadas em minha mente
São tão claras quanto o sol nascente.

Percebo os sentimentos me mudando
Me fazendo agir carinhosamente
Ou até mesmo de um modo arrogante
Para me aproximar ou me afastar do que sinto.

Queria apenas que eu fosse regido pela razão,
Não tivesse nenhum espaço para emoção.
Sentimentos me atrapalham em muitas situações
E até mesmo corrompem vários corações.

Acho que fiz tudo para me lembrar
Que sentimentos nunca vão mudar
Mesmo que o tempo tente apagar
Ou as pessoas mudem.

Mesmo que eu mude e não sinta
Minhas emoções vão clamar
Declarar o que esta guardado dentro
Dentro do que não conheço.

Apesar de não querer e desejar
Meus sentimentos estão a falar
Brigando sempre com a razão,
Cérebro contra coração.

Percebi o que sinto quando ela quase me deixou
Aquela senhoria que sempre me cuidou
Tão assustado fiquei quando ela quase se foi
Quando o seu coração quase parou.

O quanto preocupado eu fiquei
O quanto eu realmente senti
Mesmo não demonstrando diariamente
Mesmo achando que eu não a amava.

E assim percebi
Que mesmo que eu não desse a mesma atenção
Meu amor não mudou
Meus sentimentos continuaram.

E no fim eu descobri
Que sentimentos nunca vão mudar
Mesmo que o tempo tente apagar
Ou as pessoas mudem.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Pensamentos nas nuvens



Em meio a pensamentos normais
Decidi pensar diferente,
Pensar acima do que posso ver,
Acima das nuvens que posso ver.

Respirando um ar puro
Também refrescante,
Um ar tão frio
Que as vezes é congelante.

Longe das coisas normais,
Para mim inimagináveis.
Ver além das montanhas,
Além de toda poluição.

Porém as leis quiseram se fazer
E eles voltaram a me puxar,
Voltei tão rapidamente,
Mais rápido que minha mente.

Mas meus olhos ainda estão lá,
No alto de muitas coisas,
No alto dos pensamentos,
No alto do comum.

Quem sabe eu fique por lá,
Quem sabe um dia.
Por enquanto volto no meu pensar
No meu terreno do dia a dia.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Manha de manhã



De manhã, ela me mandou um aviso
Me abraçou com palavras
Me laçou, me alegrou
Puro improviso.

Conseguiu me roubar um sorriso
Meu olhar brilhou
E percebi o quanto é mais triste meu dia
Sem aquela menina para me fazer companhia.

sábado, 7 de setembro de 2013

A poesia Acabou


A poesia acabou
Acabou o sorriso
Acabou o amor
A poesia Acabou.

A poesia Acabou
Levou todos os sonhos
Todo brilho
Tudo.

A poesia Acabou
Não colheu as pétalas do chão
Deixou todos os corações em vão
Acabou.

A poesia, não se sabe o porquê,
foi embora;
Não consola mais meus sonhos
Nem cicatriza meus punhos.

Um dia ela volta
Disseram-me que ela não acabou de verdade
Mas eu temo que isso não seja realidade
A poesia levou minha esperança com ela.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Dualidades da vida.



Ódio e amor
A dualidade que nos segue.
Hora cheio de amor,
Hora o ódio está a sobrepor.

Às vezes quero estar perto,
Às vezes quero estar longe.
As palavras não se expressam como quero
No coração o ódio se esconde.

Racionalidade você não sabe amar!
Sentimentos você não pensar!
Por que no equilíbrio não querem ficar?
Por que as vezes veem me atormentar?

Se ao menos pudesse recordar
Sem ao menos amar,
Lembraria daquele olhar
Naquele vagão que deixava andar

Se ao menos pudesse sentir
Sem ao menos pensar,
Tocaria naquela delicada mão
Que teria o maior prazer em beijar.

Sei que a balança desequilibrada está
Tende ao amor ou a pensar
Equilibrada talvez nunca vai estar
O equilíbrio é o ideal que estou a pensar.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Ponto



Carlos estava no ponto, esperando um ponto, ele estava com muita dúvida, pois não sabia se estava esperando o ônibus ou chegar no fim do parágrafo do livro que lia. Talvez fosse os dois que esperava, apesar de não saber. Enfim o ônibus chegou e logo foi se sentar, a pessoa ao seu lado estava machucado, mas o seu livro de matemática não parava de ler, parecia amar. Aquele homem machucado começou a falar com Carlos sobre os diversos pontos que estava a carregar. Carlos ficou em dúvida se os pontos eram do plano cartesiano, se era os pontos de suas feridas ou pontos importantes que aquele livro de matemática estava a mostrar, isso Carlos não sabia e ficou a pensar. Aquele homem machucado falou que ia descer e com alguém ia se encontrar, Carlos sabia de certo que aquele homem não ia descer num ponto qualquer, era um ponto de encontro, ponto onde encontraria o seu amor ou o médico que curaria sua dor. Todavia Carlos voltou a ler e esperava chegar no ponto final, mas o ônibus ia demorar a chegar e o livro tinhas muitas páginas para acabar, ele ficou preocupado já que chegaria atrasado em seu trabalho e o ponto não ia perdoar, o crachá tinha que "bater", tinha que no sistema avisar, porém Carlos ficava tranquilo já que na escola só tinha que fiscalizar o ponto que os professores tinham que assinar e a senhora antes dele ia dar alguns pontos a mais no crochê que estava a fazer, depois ia ganhar um pouco a mais. No ponto final, Carlos chegou e lá ficou a refletir os diversos pontos de dúvidas e conclusões que chegou, apesar de não saber a que ponto ele chegou.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Era pra ser um dia feliz...



Era pra ser um dia feliz...
Se não tivesse acordado com depressão
Com uma felicidade sem ação,
A tristeza veio misturada com emoção.

Era pra ser um dia feliz...
Se não tivesse esperado duas horas
Com um guarda apitando a horas
Das irregularidades que via.

Era pra ser um dia feliz...
Se não fosse uma criança possessiva
De uma mãe que não importaria
Dos incômodos que estava a causar.

Era pra ser um dia feliz...
Se não estivesse triste com o que propus
Nem ao menos o colorido das bolhas
Tirou o preto e branco dentro de mim.

Era pra ser um dia feliz...
Se não fosse um telefonema
De uma enfermidade repentina
De preocupações com stress.

Era pra ser um dia feliz...
Se não fosse o rangido da porta infernal
Que por duas horas tive que ouvir no hall,
Além de uma senhorinha que chorava além do normal.

Era pra ser um dia feliz...
Pelo menos alguns instantes foi
O chuveiro estava bem quente
E relaxou minha mente.

Era pra ser um dia feliz...
Se não eu achasse que seria um dia feliz
Criei muita expectativa em um dia
Que não era pra ser dia.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O meu primeiro erro

♪ Se um dia eu pudesse ver
Meu passado inteiro... ♫

De histórias mal contadas e severamente escondidas, um nascimento e a relação de pai e filho é afetado. Escondida a sete chaves de todos que conhecem apenas alguns deslizes fazem conhecer essa história dita nas poucas peças de quebra-cabeça. Vivo procurando os relatos da separação de meus pais que nunca são confessados, mas sei que enquanto eu era gerado aconteciam os fatos. Nascido em meio ao erro, numa gestação difícil e complicada que quase levou a morte de minha e de minha mãe. Eu como sempre apressado nas coisas, tentei nascer de cinco meses, mas fui paciente, esperei até o oitavo mês.
E assim foi o nascimento, recheado de mentiras e segredos, segredos que entrariam até em feitiçaria e idolatria, coisas que para mim hoje não tem o menor sentido, para mim coisas tão banais.

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Jogos que amei.

Ficarei afastado tempo suficiente
Longe de todos os sentimentos,
Os amores que eu senti
Resistirão até eu não mais sentir

Resíduo nenhum vai ficar
O amor, pra que amar?
Xeque-mate para o que tanto amei
Aos poucos jogos que tanto joguei.

domingo, 28 de julho de 2013

Carlos e João



Carlos é um homem bom e moral,
Muito mais do que natural.
Dotado de conhecimentos sociais
Muito além dos demais.

Era simples e educado
Por isso muito amado,
Mas não sabia amar,
Nem ao menos se dar.

Era preso em seus pensamentos
Em si, muito lento.
Vivia só em sua mente.
Às vezes parecia um demente.

Suas expressões
Quase não tinha ações
Esse era seu jeito de demonstrar
e até mesmo de amar.

Seus amigos tinham medo de desvirtuar
Culpados não seriam se ele errar,
Queriam ser como ele
Ao menos pensar como ele.

Carlos tinha uma certeza em seu pensar,
Certeza que tinha medo de falar,
Ele não queria ser Carlos que estava a viver
E, sim, como João e seu modo de ser.

Com conhecimento e amor
Para João, muitos davam valor
Alguns o desprezavam por suas ações,
Muitas ações cheias de expressões.

Promíscuo e precavido
Altamente vivido.
Sem segredos e fingimentos
Além dos seus próprios sentimentos.

Carlos sabia que João
Era mais do que um amigão,
Mas ele era muito mais sem noção
Do que Carlos tinha de ação.

E foi assim que Carlos viveu,
Morreu sem ao menos saber que nasceu.
Sem ao menos aproveitar,
Sem história para contar.

domingo, 21 de julho de 2013

Lipi e Eu



Eu fico impressionado quando meus, amigos, familiares ou qualquer outra pessoa diz que se lembra do que gostava de fazer, comer ou brincar quando era criança. Eu não tenho essa habilidade. Minha memória não é uma das minhas maiores qualidades. Acredito que memória e pontualidade disputam cabeça a cabeça a ponta para ver qual é o meu maior ponto fraco, não me esquecendo de, é claro, a ansiedade, correndo por fora, meio que despercebida, mas sempre lá no meu top três. Lembrar datas, coisas que aconteceram ou me contaram não é meu forte, para provar isso posso citar o dia em que eu esqueci, por alguns segundos, a data do meu aniversário. Isso é ou não é o cúmulo do esquecimento? Não fica difícil acreditar que eu não me lembre de muito da minha infância.

A mais distante lembrança que tenho da minha fase de projeto de gente está associada não a fatos, mas, sim, a quem eu atribuo o título de minha primeira amizade, pois foi a primeira pessoa a quem eu senti aquele carinho especial que sinto e dou a todos os meus atuais amigos. O nome dela era Lipi. Uma dálmata. Mas não uma dálmata qualquer, era A dálmata. A mais linda e doce que eu já vi. Eu não sei de onde ela veio, meus pais dizem que ela tinha sido dada a nós por uma amiga que ia se mudar e não tinha mais aonde coloca-la. Lipi era doce, especial e era a minha primeira amizade. Lembro que ela adorava fazer suas necessidades básicas em lugares que não eram necessariamente feitos para isso, deixavando um rastro de fezes por onde passava. Era fácil achar ela. Siga o caminho de merda, dizia o manual. Foi um vizinho nosso que a ensinou para onde correr quando o número dois ou número um estivesse prestes a sair. Esse mesmo vizinho por sinal, também podia se dizer meu amigo, mas não me lembro de rosto, nem do rosto de sua mulher, que também era minha amiga. Faziam coisa para eu comer e como não tinham filhos gostavam de me bajular. Eu, claro, não achava ruim. Nessa época eu era fissurado em Power Rangers e a sala deles era a minha sala de cinema para assistir os episódios. Não me lembro do rosto de meus vizinhos, mas me lembro do rosto de Lipi. Era como a de todas as outras dálmatas, mas ela era diferente. Lembro que toda vez que eu acordava a primeira coisa que fazia era abrir a porta para ver o sol, na mesma hora ela corria em minhas direção para me dar o seu bom dia canino e se eu precisasse usar o banheiro, que ficava fora da casa, durante a noite, Lipi me escoltava e eu gostava daquilo, era como ter sempre alguém cuidando de mim. Não que eu me sentisse com medo de sair à noite, tah, eu sentia um pouco, e a escolta dela me fazia sentir mais tranquilo.

Um dia Lipi fugiu. Não me lembro se ela voltou no mesmo dia ou se demorou para achar o caminho de volta. Sei que ela voltou e depois de algum tempo descobrimos que ela estava grávida. Pouco tempo depois, Lipi estava cuidado de seus Lipinhos, era como se o quintal de casa fosse um canil só de dálmatas ou um episódio do desenho 101 Dálmatas, lembra? Cada filhote era menor que o outro e eu bem que gostaria de pegar um deles no colo e ver como eram de perto, mas Lipi não deixava, protegendo de todos, como se já soubesse o que iria acontecer. Depois que eles pararam de mamar, meus pais distribuíram os filhotes de Lipi pela vizinhança e eu não sei se isso a abateu. Deve ter abatido.

A última lembrança que tenho de Lipi não é das mais felizes. Era um dia de mudança. Da nossa mudança. Meus pais e eu íamos sair de onde estávamos e ir para outra casa, onde no quintal moravam também meus tios e suas filhas. Eles já tinham um cachorro. Um pastor alemão bonito. Grandão. Que botava medo em qualquer um que passasse por ali. Por esse motivo, Lipi não poderia ir conosco para essa nova casa. Foi isso que meus pais me disseram. Ela ficaria com um vizinho nosso e ele prometeu que cuidaria dela como nós cuidávamos e ela ficaria bem. Enquanto íamos embora, eu via Lipi lá do caminhão de mudança, ficando cada vez mais longe de mim. Meu bom dia canino tinha acabado. Era um adeus. Eu sabia disso e tenho certeza que ela também sabia. Tempos depois nós voltamos para visita-la, mas ela não estava nada bem. Não era mais a mesma de antes, parecia doente e um pouco desanimada. Meses depois, meus pais me disseram que ela não estava mais com o nosso antigo vizinho, só que eles não se decidiram se ela havia morrido ou se tinha fugido e não voltado mais. Até hoje eu não sei qual o verdadeiro final.


No fundo eu sei que ela estava mal por não estar mais conosco, por termos deixado ela com outra pessoa, da mesma forma que a amiga dos meus pais tinha deixado ela conosco. Às vezes penso que ela estava doente por não me ter mais ali. Eu era seu amigo e acho que apesar de ser um animal irracional ela sabia o que é amizade ou deveria sentir. Lipi foi minha primeira amizade e minha primeira despedida. Ela foi minha primeira lembrança da infância e uma das poucas que permanecem até hoje na minha cabeça. Talvez minha memória não seja tão inútil assim; talvez ela só se lembre do que realmente vale a pena lembrar.  

sábado, 20 de julho de 2013

A Dúvida do Anjo


 

     Um anjo recebeu uma simples missão que seria ajudar um povo sair da destruição. Uma destruição social causada por diversos humanos dominadores com poderes naturais, exercendo autoridade através de suas grandes quantidades de dinheiro e dominando os bens de capitais. Com isso, grande parte da população tinha um salário a nível de subsistência e, para alguns, nem para subsistir servia. O anjo então  foi designado para esta missão, sempre agindo de modo indireto e invisível, sem se revelar a ninguém, e, como sempre precavido, ia ler os pergaminhos do destino para simplesmente resolver sua missão.

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Eternos Ex-Amores


Tantas vezes já não escreveram sobre a arte do encontro e desencontro da vida. Eu mesmo já escrevi várias vezes sobre o mesmo assunto. Por que escrevemos tanto sobre isso? Será que é puro vício ou estamos buscando em cada um deles alguma resposta para tal mistério que é a vida e esse jogo de gato e rato que ela nos encurrala? Tantas outras vezes escreveram sobre o amor. Eu, como você bem deve saber, já escrevi algumas coisas sobre isso também. E a mesma pergunta do assunto anterior se repete nesse: vício ou a procura pela redenção? Acho que está muito mais para o segundo do que para o primeiro e é muita ingenuidade nossa que uma resposta para tais assuntos se revelem assim, do nada, como se crescessem no nosso jardim de uma hora para a outra tal como os feijões de João. Esse tipo de mistério vem desde que o homem arrastava sua amada pelos cabelos e desenhava nas cavernas e nem a invenção do fogo foi capaz de acender um feixe de luz sobre eles.

Certo dia, estou a caminho do trabalho ainda no status de zumbi matinal que é de praxe pela manhã; pego o ônibus, um pouco mais atrasado como de costume, confesso, entro no ônibus e lá está ela. Precisei olhar duas vezes para me certificar que não era nenhuma alucinação me fazendo companhia ou o sono que ainda estava presente para só assim eu pudesse ter certeza. Ela estava lá, naqueles bancos que são reservados para idosos, pessoas com crianças de colo, grávidas ou deficientes, mas que podem ser usadas por pessoas comuns, como eu, ou, no caso, ela. Sim, era ela. E não estava grávida e muito mesmo deficiente ou velha, pelo contrário, parecia ter a mesma idade de quando a vi pela última vez. Deve fazer uns cinco anos ou mais que isso aconteceu. Eu a vi, mas ela não me viu; estava com os olhos fechados, não sei se cochilando ou apenas mergulhada no seu interior de pensamentos. Era ela, um daqueles ex-amores que todos têm e vira e mexe voltam de alguma forma para te balançar e abrir o baú que você já havia trancado a sete chaves, tudo por causa da Lei do Encontro e Desencontro. Se eu disser que ela não me balançou seria mentira, pensei por alguns segundo em falar com ela, em dar um beijo em seu rosto, em plantar bananeira, mas, não, passei por ela da mesma forma que passei pela catraca à minha frente: sem nenhuma reação.

Lá do fundo, apesar das várias cabeças, eu ainda conseguia vê-la, e seus longos cabelos; parece que ela tinha despertado de seu breve sono. Flashes de lembranças vinham a minha cabeça e sorrisos brotavam espontaneamente no meu rosto, parecia que eram aquelas longas fitas VHS que você pegava na locadora e tinha que rebobinar antes de devolver, sabe? Então. Felizmente ou infelizmente, meu ponto chegou e aqueles longos cabelos que tanto me encantaram no passado e que tinham voltando a entram em contato com meus olhos tornara-se lembranças novamente. Lembranças novas de um passado velho de sentimentos breves, mas sinceros para mim. Se você me perguntar se o que eu sentia por ela era realmente o amor, aquele amor que todo mundo fala e defini de diferentes maneiras, eu não vou saber responder. Naquela época parecia que sim, mas o que é o amor? Outro dia ouvi dizer que amor é o quando você quer estar perto de uma pessoa quando ela está longe e estar mais perto ainda quando ela está ao seu lado. Essa é uma boa definição, tanto que foi adotada por mim quando me perguntam o significado dessa palavra ai.

Estar perto quando longe e mais perto ainda quando a pessoa está ao seu lado. Era isso que eu sentia há cinco anos pela garota de cabelos longos que eu encontrei no ônibus. Nesse ponto você que está lendo esse texto está se perguntando ‘poh, mas por que você não falou com ela? ‘por que não deu um oi ou perguntou com ela tava’ eu lhe falo que naquele momento eu não sei vontade de estar mais perto dela, mesmo passado a poucos centímetros de onde ela estava. O amor definido anteriormente e que eu sentia há cinco anos não estava mais ali. Se o amor não é para sempre não é amor, certo? Sei lá. Alguém disse isso e eu acho que também está meio certo. Quanto mais eu escrevo sobre esses assuntos mais complicados eles ficam. Mas eterno mesmo, e esses são eternos mesmo, só os ex-amores, os encontros e desencontros e os textos sobre ambos os assuntos.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Só o Silêncio Consegue Resolver



Só o silêncio consegue resolver
As dúvidas da minha mente,
Sem nada responder
Consegue me satisfazer.

Só o silêncio consegue resolver
A luta que está em minha mente,
De pensamentos a gritar
Conselhos sem pensar.

Só o silêncio consegue resolver
O que até hoje não resolvi
Dizendo o que gostaria de falar
O simples silêncio que estou a escutar.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Leia a Bula


O bom senso de cada dia nos dê hoje.
Perdoe os nossos preconceitos.
Assim como nós perdoamos quem agiu em desespero.

Não nos deixe perder o senso crítico.
E nos mostre o mundo além do umbigo.
Namastê!

terça-feira, 18 de junho de 2013

Aquela criança



Gostaria de voltar a ser uma criança,
Com grande pureza no coração.
Que participava de toda dança
E delas não fazia distinção.

Voltar ser somente uma criança
Em que a fantasia e o sonho era uma opção,
Não deixava nunca de ter esperança
Naquele puro coração.

Aquela criança que sorri
E a diversão contagia,
Se divertia só de ri
E essa era a magia.

Infelizmente crescemos
E conhecemos o mundo,
Mas todos nós vemos
A tristeza desse mundo.

E em nossa mente fica guardado
Aquela linda criança,
Em nossa mente fica guardado
Essa bela lembrança.

sábado, 15 de junho de 2013

O Dedo Acusador



O dedo acusador
Acusando novamente,
Por um julgador
Que te acusa injustamente.

O dedo acusador
Apontando novamente,
Falando dos erros que cometeu,
Erros quem sempre são seus.

O dedo acusador
Apontado em sua direção
Porque tomou uma decisão
E decidiu friamente.

O dedo acusador
Com gestos frequentes
De raiva e indignação,
De rumos sem noção.

O dedo acusador
Encontrando-o novamente
Com palavras sem amor
Julgando-o novamente.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Perguntas e Perguntas

Existe algo me incomodado
Não sei bem o que é.
O silencio, o marasmo;
Talvez sejam as obrigações no meu encalço.

Às vezes acho que vou explodir
Como se na minha mente batessem
Ou algo quisesse saltar da minha boca
Mas quando a abro não tenho nada a dizer.

As pessoas me diziam que as respostas aparecem
Que elas demoram, mas chegam uma hora; Eles mentiram.
Ou esqueceram que as perguntas aumentam, borbulham e arranham.

E as respostam se assustam; e escondem-se na demora.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Em Que Você Acredita?


O mundo é tão imenso, tão cheio de lugares que já foram descobertos e tantos outros que ainda são estranhos aos nossos olhos que a sensação de estar perdido ou não saber bem onde é o seu lugar nesse universo todo, a primeira vista, parece ser algo completamente sem nexo. Apesar disso, aposto que todos já tiveram ou enfrentaram uma vez na vida esse sentimento de se sentir deslocado em meio a tudo; uma sensação de não saber bem qual o seu verdadeiro papel nisso tudo. Um mundo gigantesco onde vivem bilhões de pessoas que correm freneticamente.

Será que tudo se resume a trabalhar e estudar?

Existe algo além da rotina?

Qual a razão da sua existência?

Existe algo maior reservado para cada um de nós?

 Perguntas como essas fazem com que nossos neurônios entrem em conflito com nossos sentimentos. Razão e intuição nunca compartilharam entre si uma afinidade muito grande e dividiram ao longo da história adeptos e opositores, poucos são o que conseguiram em seu raciocínio conciliar ambas vertentes em um mesmo pensamento embora ambas busquem as respostas para diversas questões humanas e existenciais, como as citadas acima.

O escritor Stephen King, conhecido por histórias adaptadas para o cinema como À Espera de Um Milagre e Um Sonho de Liberdade, é autor também de um conjunto de sete livros, uma saga, com o título de A Torre Negra. Os livros contam a trajetória de Roland, um pistoleiro, que busca incansavelmente uma torre que ele viu em um sonho. Essa é a missão de Roland, encontrar a torre e ela se torna a razão pela qual ele acorda todos os dias e pelo qual ele encontra forças para seguir sua caminhada, mas serve muito bem como uma analogia para o que todos nós buscamos.

Todos nós estamos à procura da nossa própria torre negra, uma razão para continuarmos, que parece um tanto sem sentido se descobríssemos que no final dela não há nada. Muitas pessoas lutam por uma vida melhor; outras lutam porque querem se tornar pessoas melhores; alguns abraçam causas sociais e a comunidade, existem aqueles que lutam pelos direitos das minorias. Mas e você? Pelo que você realmente luta? Qual o seu objetivo final? Em que você acredita?


Um homem precisa de algo para lutar, porque se não houver nada, então, por que lutamos? Por que seguirmos se lá na frente só há mais e mais desertos iguais aos daqui. Não há sentido.  A procura por esse sentido; por esse motivo é árdua e muitas vezes perturbadora; na verdade, descobrir isso é uma das mais difíceis batalhas internas que enfrentamos. Não é a toa que dizem que nosso pior inimigo somos nós mesmos. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Dia comum



Mais um dia comum,
Nada espetacular.
O que não é nada incomum
E que pode-se esperar.

Mais um dia de acordar e ir trabalhar
Em uma silenciosa condução,
Todos respiram o mesmo ar
E uma multidão desce na mesma estação.

Chegando ao trabalho
Sabe-se o que pode esperar
Uma pilha de trabalho e retrabalho
E seu chefe só a reclamar.

Pequenos problemas aparecem
E tem que ser ativo.
O que as pessoas não percebem
Como isso é muito cansativo.

Saio do trabalho e olho para o céu
Não sei se são as nuvens ou a poluição
Mas encobrem as estrelas do céu
Nem ao menos isso tenho de distração.

E assim continua a vida,
Como esse texto nada espetacular.
Mas assim continua a minha ida
E textos anormais de se admirar.

sábado, 25 de maio de 2013

Amor a primeira vista



Em meu canto sossegado,
Para minha casa estou,
Mas vi um olhar encantado
Que logo me enfeitiçou.

Não consegui parar de olhar
Aquela simples beleza,
Beleza de encantar
Disso eu tinha mais do que certeza.

De tanto observar
Ela percebeu.
Talvez eu tivesse que falar,
Mas o meu ser se encolheu.

Enfim o meu destino chegou
E eu tinha que ir
Se algo a nomeou
"Encantadora", eu a deixava ir.

Mas ela ficou em meus sonhos,
Uma pessoa que sempre desejei,
Quem sabe não tenha outros encontros
E enfim a amarei.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Quando a sorte o encontrou



Em um dia nublado,
De um dia nada espetacular,
Eu acordei atrasado,
Para piorar.

Em minha condução
Um garoto cantarolava
Ele era muito sem noção
E, por cima, não se tocava.

Em minha mesa
Trabalho por todo lado,
Só tinha uma certeza
Que tinha para dar errado.

Meu colega de trabalho
Teve que se ausentar,
Sua mulher contia um filho
E foi ajudar.

Ela passou mal
E ele foi socorrer,
Juntos foram para o hospital
E ele chegou até a correr.

Sozinho eu estava
Com problemas sem solução,
Uma pessoa me acusava
Por não encontrar a solução.

Tinha tudo para ser um péssimo dia
O que realmente iria acontecer,
Mas tudo somente iria,
Já que a sorte resolveu aparecer.

Trabalhava normalmente
E as coisas um rumo tomava,
Aos poucos a minha mente
Soluções encontrava.

Aos poucos tudo se encaixava
E fim tomavam,
Várias soluções encontrava
E ao fim eles chegavam.

Meu colega enfim chegou
Para o dia não perder,
Ainda bem que ele me ajudou
E assim a alegria ele pode ter.

Nem mesmo o cara que me acusava
Podia mais fazer
Pois soluções eu encontrava
E nada podia deter.

Enfim chegou o fim do dia
E tudo se finalizava
Feio ainda estava o dia
Mas nada me parava.

Fui então para casa
E até carona encontrei
E quando cheguei em casa
Descansei, para continuar depois o que parei.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Uma rosa com amor



Te ofereço uma rosa
Com todo o meu amor,
Essa é uma entrega gostosa
Que não causa nenhuma dor.

Espero que o tempo
Não apague o nosso amor,
Viver ao seu lado, todo tempo,
Juntos com amor.

Assim eu quero viver
Para minha alegria continuar,
Sempre quero te ver
E ao seu lado estar

O tempo tenta esfriar
O amor que eu sinto,
Por isso estou sempre a renovar
Como se fosse um mero instinto.

Por isso, essa rosa te darei
Para renovar o meu amor
Ao seu lado sempre estarei
Com todo meu ardor.

Assim quando as rugas chegar
Ao seu lado estarei,
Mesmo quando a beleza nos deixar.
Pois és tu que eu desejei.

E lá na frente poderei entregar
Aquela rosa com amor,
Pois com você eu vou estar
Com todo meu ardor.

domingo, 19 de maio de 2013

Lembranças



Sons memoráveis
De tempos adoráveis,
Caminho familiar
De tanto passar.

Coisas na memória
Que ficam na história,
Boas de recordar
Excelentes de se lembrar

Mas um dia elas chegam ao fim
O que não dependia de mim
E assim o que era bom
Ficou apenas no longe som.

Som gravado na mente
De lá nada mente
Até mesmo as cicatrizes do coração
Que pareciam apenas uma ilusão.

De tempos puros e contentes
Mas de ser um chato demente.
Das boas páginas que escrevi
E delas mais do que vivi.

Apesar de ter uma boa história,
Chegou o dia em que ela acabaria,
Por causa de diversos conflitos
Para não causar mais atritos.

O último capítulo estava ruim,
Não gostava desse fim.
Tinha que mudar
Gostaria de muito dessa história me lembrar.

Mas a vida prosseguia
E pelo meu caminho eu ia
O tempo passava
E tudo mudava.

Um novo capítulo estou a escrever
Coisas bonitas estou a ler,
Pessoas amorosas e com saudade
Amor que senti de verdade.

E assim termino a história
Para ficar bem na memória.
Posso enfim o livro fechar
E com saudades me lembrar.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Meu Nome É Gabriel



Meu nome é Gabriel. Minha mãe botou esse nome em mim porque dizia que era nome de anjo. Tinha esperança que ele me ajudasse em alguma coisa, acho que isso não aconteceu. Fui o primeiro filho de uma menina de 15 anos que não sabia soletrar a palavra prevenção. Depois de mim vieram mais quatro irmãos que ajudei a cuidar; na verdade nós cuidávamos uns dos outros, principalmente depois que nossa mãe morreu. Ela devia ter uns 23 anos mais ou menos. Quem cuidou de nós foi nossa vó; dividiu a pouca comida e e o vasto carinho que ela tinha em casa com seus netos prematuramente trazidos ao mundo.

Meu nome é Gabriel. Gabriel de Souza Barbosa. Eu, meus irmãos e minha vó moravamos em uma comunidade carente do Rio de Janeiro. Hoje ela tem uma UPP. Parece estar mais segura. Continua carente. Na minha época eu gostava de correr pelas vielas; soltar pipa; procurava figurinhas que os outros meninos perdiam pelo chão; e adora ver aqueles helicópteros enormes que voavam sobre as nossas cabeças. Geralmente eles vinham acompanhados de um cara com uma arma enorme na mão, isso me assustava um pouco, mas nada estrava aquele brilho voando no céu. Parecia um pássaro, mas com asas redondas.

Meu nome é Gabriel. Meu sonho era pilotar um helicóptero. Eu até tive um de brinquedo. Peguei emprestado de uma loja que tinha lá no centro, nunca o devolvi. Ele tava ali parado, não era de ninguém. Eu precisava dele e ele de mim. Minha vó não gostou muito da ideia; meus irmãos adoraram. Alguns anos depois ela adoeceu, e eu quis pegar em prestado alguns remédios na farmácia. Não deu muito certo. Fui preso, mas solto logo em seguida; era menor de idade. Minha vó não gostou muito, ficou um pouco chateada e chorou a noite inteira no quarto. Eu fiquei triste também, mas o que eu podia fazer? Os remédios eram caros. Eles estavam ali; eu precisava deles e eles não eram de ninguém.

Meu nome é Gabriel, na escola me chamavam de Biel, mas eu não estudei muita coisa, não. Tinha que cuidar dos meus irmãos. Com minha vó doente e já velhinha, não sobrava muito tempo para me dedicar a esse tipo de luxo que é o estudo. Eu era o mais velho e responsável por eles. Lá na comunidade me arrumaram um emprego. Coisa simples, fácil e que dava grana: só tinha que repassar para os mauricinhos que iam até lá uns pacotinhos que os caras me entregavam. Não tinha erro. Fiz isso por um tempo. Um bom tempo. Mas fui pego e preso pela segunda vez. Trafico de drogas. Nessa eu me dei mal. Já era maior de idade. Passei algum tempo preso e fui solto. Sai de lá outra pessoa; não muito melhor do que eu estrei. Pelo contrario. Lá aprendi tudo que não tinha aprendido até então. Sai praticamente formado.

Meu nome é Gabriel. Sai da cadeia, mas a cadeia não saiu de mim. Ninguém dá emprego para um negro, favelado e ex-presidiário. Minha vó e meus irmãos, não sei aonde foram parar. Tentei procurar eles por todo lugar, mas não tive sucesso. Tentei encontrar um pouco de consolo; um pouco de abrigo, mas o único lugar que me aceitou foi a rua. Preenchi o vazio que havia em mim com um tipo de cachimbo que te dá uma sensação boa; te leva pra outro lugar onde tudo parece ser apenas uma fantasia. Era bom. Eu gostava. Não passava um dia sem ir para o meu próprio país das maravilhas.

Meu nome é Gabriel.  Poderia ser João, Pedro, Ricardo, Marcelo, Felipe, Antonio, Gilberto, Francisco, Denis ou Carlos. Não ia fazer diferença. Nome de anjo não ajuda nada quando se vive no inferno. Meu nome é Gabriel, mas ninguém me chama mais de Gabriel ou de Biel. Virei o numero 52 de uma gaveta metálica onde eu durmo e durmo cada vez mais. Meu nome não é mais Gabriel, eu só sou estatística. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

Fragmentos - Parte 2


Alegria rima com companhia?
Se não rimar eu troco a palavra,
Talvez rime melhor com alergia
Alergia ou fantasia?

Soneto rima com sexteto
SEXTETO é maior que quarteto
Quatro é menor que vinte quatro
3x4, uma pequena foto no meu quarto.

Três vezes quatro quanto dá?
Doze! Trucos vão dizer.
O Zeca lá no fundo grita:
Aceito e pago pra ver!

E a menina no balanço fica pra lá e pra cá
Não sabe o que se passa no seu mundo particular;
A saia da noiva purifica o altar.
Mais um dia de domingo está prestes a começar.

Dupla Tensão


Onde se esconde o medo?
Em algum lugar no coração talvez,
Nada será como antes, amigo.
Proteja-se desse medo que já é antigo.

Onde se esconde a dor?
Engole-se seca de uma só vez,
Como se fosse vodca forte
Aguentam apenas os que têm sorte.

O medo da dor é pior que a dor em si;
A dor do medo é pior do que o medo em si;
Mas dores e medos aparecem de tempos em tempos,
São ventos passados que estão presentes em determinados momentos.

domingo, 12 de maio de 2013

Escrevo para dizer



Escrevo para dizer
Às vezes o que eu sinto,
Também o que penso
E no que me emociono.

Escrevo para dizer
Que estou feliz
E também que estou triste
Ou sem humor.

Escrevo para dizer
Sobre minhas frustrações e decepções,
Problemas e tribulações
De dias tristes.

Escrevo para dizer
Das alegrias e conquistas,
Belezas e maravilhas
De dias fantásticos.

Escrevo para dizer
Da monotonia e normalidade,
E rotina e os familharidade
Dos dias normais.

Assim repasso a alegria,
Me desestresso,
Crio um texto
Ou até mesmo um verso.

sábado, 11 de maio de 2013

Sons da manhã


Povos e cores,
Sons e flores,
De diferentes lugares
Com diferente ares.

Formas e contornos,
Doces e adornos
São os sons da manhã,
Logo de manhã.

Música a tocar
Em meus ouvidos a soar
Calmo e sereno
Os lábios a se contornar.

O amanhecer no fundo
As estrelas a deixar
O começar de um novo dia
Do caminho a continuar.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Eu não sou desse mundo!

 
     Robson era um garoto que adorava jogos. Apesar de gostar dos jogos modernos ele era também bem saudosista, gostava tanto daqueles jogos coloridos infantis como Donkey Kong Country assim como de jogos mais violentos como God of War. Ele era um garoto simples que gostava de ficar jogando e sentia o maior prazer em fazê-lo. No entanto, Robson sabia que devia conhecer mais o mundo e então decidiu sair com seu amigo Anderson em uma noite para conhecer o que acontecia e no que as pessoas se divertiam. Robson sabia que apesar do Anderson gostar de jogos, já havia se divertido bastante nesse mundo, até então, oculto para Robson.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mulheres




Mulheres são temas de muitas poesias,
Temas de muitos romances e poemas,
Temas de músicas e versos,
Temas de histórias e contos...

Muitos temas cercam as mulheres
Talvez seja devido a grande sedução
Que encanta o coração...
E cria grande ilusão.

Sedução criada através da beleza
E também do grande amor
Ou talvez da delicadeza,
Uma sutileza que nos envolve com amor.

Esse amor envolvente
Fica também em nossa mente,
No nosso pensar e nas preocupações,
Até mesmo mexe em nossas emoções.

Às vezes tem o olhar oblíquo e dissimulado,
Às vezes tem um agir doce e amigável,
Às vezes nos enche de preocupações desnecessárias,
Às vezes é o ponto de apoio para o sucesso.

Apesar de fundamental para os temas
Elas também fazem parte da maldade,
Em temas de dor e desilusões,
De sedução para somente usufruir.

Quantos homens e/ou mulheres iludidas,
Quantos enganados de amor,
Utilizados por mera necessidade
Momentânea utilidade.

Quantas pessoas sofrem de amor
Por falta de correspondência
Sofrem de uma dor...
Que que só a mente e o coração sentem...

O mais impressionante
É que mulher não só é tema bom ou ruim,
Mas também faz parte de símbolos
E até seres místicos

São elas símbolos da fertilidade,
Do amor, da amizade,
Da sedução, do sensível,
Das cores e flores...

Ah as mulheres,
Elas são valiosas...
Até mesmo para quem não gosta delas,
Pois várias histórias por causa delas são contadas

Espero que o amor e a "fragilidade" não se percam com o tempo
E que elas continuem sendo tema de muitos textos, músicas e outros
Para que possamos sonhar e amar, sofrer e ter esperança,
E mais e mais histórias para se contar.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Doações



Chegou o momento.
Tudo que eu poderia fazer por mim, está feito.
Atingi o limite e seguir não é possível
A vida nesse ponto é algo previsível.

Chegam tempos como esse;
Tempos como aqueles onde é preciso abrir o plano.
Olhar para o lado, tirar o Narciso de dentro.
Fazer mais pelo próximo sem obrigação; sem mandamento.

Doar-se mais não é uma opção;
Também não é nenhuma obrigação;
Você faz, aceita, contribui de coração;
Para o próximo, para o amigo, para mim... Seu irmão.

Doe o que tiver que doar;
Doe seu tempo, sua fala, seu ombro para alguém chorar.
Doe seu espaço; doe seu abraço.
Tente alguém consolar.

Se quiser doar dinheiro, doe;
Mas que isso não seja algo corriqueiro;
Doar-se de verdade é algo sem valor
Doe-se por alguém; doe-se para seu amor.

Doe atenção e um pouco de afeto;
Dê uma pitada de esperança a um futuro incerto.
Doe carinho a quem quiser e se precisar
Nós te daremos algo em que acreditar.

O nosso tempo na estrada parece longo,
Mas quando percebemos já passou.
Doe sangue; seu telefone; ou doe apenas um sorriso.
Nada é pouco, tudo é muito. Dar uma segunda chance é preciso.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Os Fracos Não Têm Vez Aqui



Outro dia, andando por ai,
Deparei-me com uma porta onde uma placa dizia:
“Os fracos não têm vez aqui”
Esqueceu-se apenas de avisar para aonde eu devia ir.

Parecia estranho, mas eu não questionei;
Dei meia volta e fui embora.
Afinal, meu lugar não era ali;
Os fracos não têm vez aqui.

Outro dia retornei ao mesmo lugar
E lá a placa novamente veio me avisar:
“Os fracos não têm vez aqui”
Segui meus rastros; trinta passos para longe dali.

“Os fracos não têm vez aqui”;
Lembrava-me a placa, no meu terceiro encontro.
Mas ainda não tinha nada sobre para que lugar seguir
Com certeza o meu não é aqui.

Um dia que eu resolvi mudar, arrisquei;
“Os fracos não têm vez aqui”, mas eu entrei;
Nada me aconteceu, lá havia pessoas como eu;
 Não sou mais fraco; nem outro burro teleguiado.

Dose de Saudade



Eu queria uma dose de coragem,
Com três pedras de humor;
Uma porção de sorriso
E algumas pitadas de lirismo.

Nada que me faça enjoar.
Só para matar minha sede de saudade.
E se nada disso adiantar
Aceito um gole de amizade para acompanhar.

Bom seria se amanha de manhã
Eu acordasse com uma ressaca de mensagens.
Eu responderia:  Bom dia, tonta!
E jamais pediria a conta.

domingo, 5 de maio de 2013

Versos Livres - Parte 3


Você sempre será meu docinho;
O destino da minha poesia.
Estando longe ou perto;
Será sempre a minha melhor companhia.

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O Trato



Resolvi fazer um trato com o amor
Eu não te procuro
E você não vem me causar dor.

Você fica na sua, de boa.
E eu fico aqui, como sempre fui:
Bem à toa.

Não vou fingir que não te conheço,
Não sou tão frio assim
Talvez um pouco, só no começo.

Não pense que não gosto de ti,
Pelo contrario, eu adoro;
Mas você costuma vir com um monte de coisas;
Às vezes é demais pra mim.

Que tal seguirmos um caminho diferente?
Pelo menos por enquanto.
Só enquanto eu organizo a bagunça no quarto;
Aproveito e dou um upgrade na minha mente.

E se um dia a gente se esbarrar na rua,
Começamos tudo de novo
Se não der certo, pelo menos tentamos.
A culpa não será minha; nem sua.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Responsabilidade

Quando criança não tinha muitas responsabilidades,
Não tinha problemas em grandes escolhas,
Pois as grandes escolhas se resumiam apenas nos jogos
Onde um erro podia ser corrigido.

Contudo a criança não se satisfaz
Já que não conhece a verdadeira liberdade
Ou mesmo o que realmente é a responsabilidade.
Não é maduro o suficiente para entender essas coisas.

Prefere invejar as qualidades do trabalho,
Das regalias que consegue através do dinheiro
Ou de poder assistir ou consumir coisas proibidas
E, assim, se sentir realmente uma pessoa.

Logo cresço e desenvolvo minhas faculdades mentais
E percebo que fui um grande tolo...
Mas como eu era criança não sabia disso
Por isso percebo que desenvolvi.

Trabalho, tenho conversas adultas, tenho reserva de quantia...
Mas para mim era melhor não ter e/ou não saber disso.
Já que quando criança tinha amigos interessados na mesma coisa
Que era somente se divertir juntos.

Atualmente não consigo mais brincar de bonecos e carrinhos
Não consigo criar histórias ou mesmo não gasto tempo com isso.
Mas quando criança criava histórias simples e legais
A historia não tinha problemas sociais, mas eram fantásticas.

No entanto, não reclamo como estou atualmente,
Sei que aproveitaria mais do que aproveitei
E voltaria a ser mais feliz por não saber de algumas coisas
Coisas que sociais que poderia não conhecer...

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Versos Diversos



O tempo muda
E logo esfria,
Sinto o vento frio
Me esfriando por dentro.

Quatro estações no ano,
E eu ainda não sei qual estamos
Desde criança venho aprendendo,
Mas, para mim, elas não são cronológicas.

Acordo sem humor,
Para mim isso é bom.
Acontece algo bom e eu não me importo,
Acontece algo ruim e eu não me importo.

Pernas e rodas em movimento
Devo ficar atento
Me desviando de todas as coisas
Mesmo estando desatento.

Enfim, o tempo está frio,
Mas qual é a estação do ano?
Não sei, o que isso importa?
Se o que importa é me atentar com os movimentos.

sábado, 20 de abril de 2013

Luz Dos Olhos - Parte 1


Eu ainda me lembro do dia em que fui receber o diagnostico. Era um dia frio. Uma segunda feira daquelas bem feias, perfeitas para continuar dormindo na companhia de um dele travesseiro e abraçado com um cobertor aconchegante. Acordar cedo nunca foi uma das minhas qualidades e naquele dia não foi diferente, acordei mais tarde do que o previsto. Tinha planejado tudo na noite anterior, embora no meu subconsciente eu soubesse que de nada adiantaria, tomei meu copo de café com leite para dar aquela despertada, efeito que nunca surtiu e eu ia dormindo durante o trajeto para o trabalho, fosse metro, ônibus, tinha dias que eu ia dormindo andando, como se fosse um zumbi em uma série apocalíptica qualquer; peguei minhas coisas e fui saber qual era o resultado dos exames que tinha feito na minha visita ao oftalmologista. A primeira em 57 anos.

sábado, 13 de abril de 2013

Temporada do sonho

Aberta a temporada do sonho
Novidades e alegria a espera.
Tempo de ter esperança...
Tempo de imaginar como criança.

Temporada de vencer o medo,
Ficar longe do apego
Sair da zona de conforto
Encontrar um caminho além desse ponto.


sábado, 30 de março de 2013

O livro



Lendo um livro...
Em que algumas páginas ainda estão em branco
E outras cheias de palavras...
Palavras que recordam o meu passado

quarta-feira, 20 de março de 2013

Dinheiro Por Nada ( Money For Nothing )



Ei, meu camarada,
Vivemos em uma sociedade descarada
Que dá dinheiro por nada

Virou premio por fazer o que deveria ser feito
Virou gentileza quando na verdade é seu por direito
Hoje todo mundo quer dinheiro, perfeito.

Quem não quer uma nota extra no bolso?
Ele nos ajuda não ter um mau repouso.
E nos livra de um futuro tenebroso.

O guarda ganha um café por ajudar,
Mas não era isso que ele deveria realmente fazer?
O menino ganha porque um cego ele foi ajudar.
Mas como cidadão esse não é seu dever?

Dinheiro por nada, é isso que nós temos;
Mortes e mais mortes por ele, nós lemos.
Um prêmio por sermos humanos de verdade
Um sopro de ganância que enche a nossa vaidade.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Monotonia



Vidas monótonas e corriqueiras,
Vidas sem velocidade, sem beiras.
Todos andam mecanicamente
Automatizados pela mente.

Vidas continuamente rotineiras...
Para uns nos cigarros fumados,
Para outros nas bebidas consumidas,
Para alguns nas vidas vividas.

Seis e trinta da manhã de segunda
Alguns sonolentos,
Alguns muito lentos
Mecanicamente incomum

Todos cercados pelo silêncio
Ou num pequeno murmuro lento
Em transportes desconfortáveis
De insatisfações incontáveis.

Em seus trabalhos normais
Chefes em suas reclamações naturais
Parece até que alguém da importância
Se não fosse constante.

Enfim uma vida comum
O que teria de incomum?
O silêncio deve dizer
O que a rotina esta a fazer.

domingo, 17 de março de 2013

Viva a Sociedade Alternativa!




Há semanas o Brasil inteiro se uniu contra um mesmo cidadão. O nome dele a maioria deve conhecer, já deve estar até nos TTs mundiais: Marco Feliciano. O cara tá tão falado, mas tão falado que a gente escreve ‘marco’ no Google e Feliciano é o primeiro complemento que aparece no buscador. Acusado de ser homofóbico e racista, o presidente da Comissão de Direitos Humanos conseguiu ser odiado por todos os brasileiros, posto esse que era do Sr. José Serra. O cara conseguiu abafar até o Psy e o Gagnam Style! Incrível! Mas ele não ganhou essa fama no show do milhão, não. Ele é autor de algumas frases como, por exemplo:

“A podridão dos sentimentos dos homoafetivos leva ao ódio, ao crime, a rejeição.”
“Africanos descendem de ancestral amaldiçoado por Noé. Isso é fato.”
“Na minha secretaria vou atender gays e negros COMO SE FOSSEM pessoas normais."

Ok. Não é de se espantar que, em pleno século XXI, ainda tenha uma pessoa com esse tipo de pensamento, mas o que incomoda a todos é que Feliciano não é o único a pensar assim. Milhares de pessoas no mundo ainda vivem em seus feudos, discriminando as pessoas que de alguma maneira fogem do “padrão de vida normal” que foi estabelecido ao longo do tempo. Mas o que é esse padrão de vida normal se não uma constante mudança.  O normal para um espartano era ter prazer com o seu companheiro de exercito, mulheres eram apenas para a reprodução. Hoje isso mudou. Ninguém sabe como ou quando isso ocorreu, mas mudou. Como talvez mudem novamente daqui a muitos anos. Ninguém sabe por que é assim que a banda toca, com uma constante mudança. Tudo é uma questão de ponto de vista. Para mim, normal é o que te faz sentir bem independente do que os outros digam.

A intolerância de algumas pessoas chega a tanto que ela se perde na sua própria ignorância. Eu já cansei de ver roqueiros falando que adoram rock porque é algo forte, música de verdade e que os outros gêneros são coisa de homossexuais. Ok. Eu gostaria muito de saber o que Fredie Mercury, Cazuza, Renato Russo, Rob Halford, Mick Jagger, David Bowie e tantos outros diriam sobre isso tal afirmação. Acho que tais roqueiros ficariam surpresos se abrissem a mente um pouquinho só para pesquisar o que seus ídolos pensam do assunto. Se formos entram no mérito de falar de etnia então, poderíamos escrever um TCC sobre a importância dos afrodescendentes para a história da humanidade e diferentes áreas de conhecimento, da cultura e da arte.

Grande parte das pessoas ainda hoje tem um tipo de preconceito. Isso sim é fato. Apesar de não vivermos mais no tempo do Senhor dos Anéis, eles ainda existem. E só uma palavra pode acabar com isso: respeito. O dia em que nós começarmos a respeitar mais e julgar menos seremos pessoas melhores vivendo em um mundo melhor. Você realmente acha que negros não tem alma? Ou que homossexuais merecem ser tratados de uma forma diferente porque se relacionam com uma pessoa do mesmo sexo? Sim. Existem pessoas que pensam dessa forma e elas estão mais perto de que pensamos. Estão no nosso trabalho, na faculdade, na família e em casa. Cabe a nós nos livrarmos desse tipo de atraso mental para que um dia ele não exista mais.


Eu tenho um preconceito.Preconceito com quem tem preconceito. Para mim são todos babacas.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Esperança, o profeta



   Em um pequeno vilarejo um jovem rapaz cheio de novas ideias chamado Esperança, mais conhecido como o profeta, vivia uma vida muito feliz, próspera e produtiva. Vivia sempre olhando para frente, lutando sempre por um futuro muito melhor do que até mesmo ele pensava. Ele tinha um irmão que era o Sonho, conhecido como o guardião. Ambos andavam pelo vilarejo contando histórias, alguns fictícios outros realistas, mas sempre com uma única finalidade a de fazer as pessoas olharem ao horizonte, imaginando grandes futuros e grandes destinos. Neste mesmo vilarejo tinha o Amor conhecido como guerreiro que de vez enquando acompanhava os dois amigos em contar histórias. O único problema é que o Amor nunca se demonstrava o mesmo e por isso a cada momento estranho ele tinha um nome diferente: algumas vezes ele era o Eros quando se mostrava sensual e com intuitos de procriação, em outros momentos ele se mostrava o Phileo quando se mostrava muito amigo dos outros desde que os outros mostrassem amizade, em outras vezes ele se mostrava o Agápe quando amava sem condições, mesmo triste, mesmo alegre, mesmo perto, mesmo longe, incondicionalmente. Normalmente o guerreiro só mostrava seu amor incondicional pela Felicidade, a médica, que a todo momento deixava todos alegres quando estavam em sua presença.

Às Vezes



Às vezes, olho para o nada
Entre as ruas e os carros procuro um lugar
Viajo internamente sobre o meu transe.
E por lá fico.

Às vezes, gosto de ficar calado.
Só escutando o que está a minha volta
O som das pessoas, das ruas, do caos.
Às vezes gosto de olhar as pessoas.

Existem tantas historias por ai
Tantas emoções nesses olhos públicos
É um mistério tentar desvenda-los
Ou traduzir as olheiras de cada um deles..

Às vezes, gosto de não dizer nada
Outras vezes apenas tenho preguiça
Uma poesia me vem à cabeça, não a escrevo.
Prefiro ficar ali; parado.

Gosto de olhar pelas janelas do ônibus,
Mas ultimamente tenho dormido assim que sento
Acho que estou um pouco cansado do mundo
Ou só esteja cansado de mim.

Eventualmente vou à mesma padaria
E faço o mesmo pedido
Não gosto de rotina, mas às vezes ela me relaxa.
É preciso alimentar os vícios.

Não sou um cara que prenda tanto as coisas
Mas, eventualmente, acabo o fazendo
Não que eu queira, mas às vezes eu quero.
Às vezes, eu deixo as coisas fluírem como a minha mente.

Ouvi dizer que não devemos prender as borboletas
Temos que cuidar do jardim para que um dia elas voltem
Mas não sou nenhum jardineiro
E eu gosto tanto das minhas borboletas.


domingo, 10 de março de 2013

A Garota, Os Livros e O Tempo



Eu entrei na livraria e lá estava ela
Mais um dia no mesmo lugar, com o mesmo livro.
Eu nem me lembrava de porque eu me interessava por ler
Na verdade, eu não interessava.

Ela tinha aquele livro de um tal de Stephen King nas mãos,
Eu já havia pesquisado sobre ele, era um escritor inglês.
O livro chamava-se A Espera de Um Milagre,
Já havia assistido a um filme com o mesmo nome.

A Espera de Um Milagre, Stephen King,
Poderia ser eu a escrevê-lo. Não poderia, não.
Eu tinha dificuldade em fazer uma dissertação para vestibular.
Ainda tenho, por isso estou no cursinho até hoje.

Ela estava lá sempre no mesmo horário
Batia com o do meu almoço
Às vezes, eu nem almoçava só para não perder um segundo a sua presença.
Era todo dia a mesma rotina.

Ela nunca me notou e eu nunca fui falar com ela
Falava sempre: Amanhã eu falo. E esse amanhã durava até o hoje.
Depois disso virava amanhã de novo.
O maldito medo. Esse meu maldito medo.

Até que um dia o amanhã parou de existir.
Até o dia em que eu cheguei e ela não estava mais lá.
Talvez tenha acabado o livro; finalmente tenha encontrado o milagre.
Agora quem o espera sou eu.

Ainda frequento a livraria; todos os dias.
Pego um livro, leio outro, folheio mais alguns.
Com a esperança de encontra-la em um deles algum dia.
Estou preso ao passado por ter medo do futuro.

sábado, 9 de março de 2013

O Momento



Uma vez uma pessoa me disse para aproveitar o momento,
Mesmo depois de tantas coisas acontecerem,
Mesmo depois de tanto mudar para se adequar a situação,
Mesmo depois de várias lágrimas caírem por dificuldades.

Eu sei que o caminho continua difícil
E parece não facilitar tão rápido,
Mas sei que um amigo estaria para ajudar
Estaria disposto a dar a mão quando necessitar.

Uma simples frase pode revolucionar uma pessoa,
Revolucionar uma vida e mais até que um momento
Faz com que a pessoa volte a ver as coisas com simplicidade
E fazê-la admirar como uma criança faz.

E assim se mantem o equilíbrio das coisas
Em momentos de dificuldades e bonança,
Em momentos de alegria e de tristeza,
Em momentos de companhia e de solidão.

É como se o coração voltasse a bater
E por alguns momentos passemos a ouvi-lo,
Pois sabemos que enquanto o coração bater
Há vida e, se há vida, há esperança.

E com a esperança renovada
Podemos prosseguir mais um pouco do nosso caminho
E ainda mais ajudar outros que estavam na mesma situação
Renovando a esperança de outros.

Dessa forma a chuva para de ser um incomodo
E ela se torna uma solução...
Um refrigério revigorante
Ao invés de um caos dominante.

As estrelas param apenas de ser um detalhe no céu
E virá um enfeite essencial para inspiração das coisas.
Os raios param de dar medo
E viram uma beleza natural.

E, assim, somos influenciados pelo o que foi dito
E aquilo também que não foi dito
Somente visto e observado
No silêncio de nossa mente.

Talvez meu caminho não seja o mesmo que o dos meus amigos,
Mas sei que terei momentos memoráveis com eles
E coisas que me aconteceram estarão guardados secretamente
Em meu memorial interno, o qual só eu tenho acesso.

E, assim, prossigo o meu caminho,
Sim minha caminhada pela vida
Sabendo que tenho uma esperança no que não vejo
Num horizonte ao longe.

Mas até chegar nesse horizonte
Vou observando e aprendendo
Aproveitando cada momento
Aproveitando a vida.

E aquela simples frase dita no momento certo
Revoluciona não somente uma pessoa,
Mas outras que estão ao redor
Para que o equilíbrio enfim seja alcançado.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Sem sentido



Há dias em nossas vidas
Que as coisas não fazem sentido.
Aquilo que você sente ou expressa
Não se aplica na realidade.

É como se a brisa leve não refrescasse
Ou como se o banho não relaxasse,
É se uma palavra não se expressasse real sentido
Ou ao menos a sua lógica.

É como se as leis físicas não tivessem efeito
E meus sentidos não se percebam as coisas,
É como se os elementos não se ligassem
E nada fosse composto.

E nada nesse planeta tivesse lógica
Ou pelo menos conseguisse expressar o que sinto,
E nesse dias a única coisa me questiono é:
Eu existo já que penso?