“ Música é tudo. Só ela impede que fiquemos loucos. “
A frase acima, dita por Lee Red, é tão verdadeira que se fosse
dita há algum tempo por alguém como Locke, Maquiavel ou Robespierre, transformaria-se
em um combustível para algum tipo de revolução popular ou um estudo religioso
sobre tal conclusão. A música impede que nós fiquemos loucos, sim, afinal quem
nunca afogou suas magoas, descarregou sua raiva ou exorcizou sua alegria para
fora do corpo enquanto escutava aquela música?
O meio e as pessoas a sua volta justificam o tipo de música
que você gosta, mas existem exceções, sempre existem exceções. Filho de pais
nordestinos, meus ouvidos se acostumaram a escutar a sanfona de Gonzaga e
companhia limitada desde cedo, casa adentro, porem, foi pelos pesados sons de guitarra
que eles se apaixonaram; aprenderam a apreciar a boa brisa do reggae de Tio Bob
e do irmão Garrido; a conhecer mais a Irlanda através dos sons do U2 e a ser
mais critico e revoltado com as aulas de Billie Joe Armstrong e a partir daí ir
cada vez mais fundo nesse buraco negro musical. A música define como você
encara a vida, mas não o que você faz dela, logo, dizer que uma criança se torna
criminosa ou prostituta por escutar funk carioca é um engano. Existe todo um
contexto social por trás desse determinismo, mas isso já é outro assunto.
O que é o dia a dia? Para os olhos de um jovem cercado pelos
seus fones o mundo é apenas uma seleção de imagens em movimento recheadas com
uma trilha sonora que ele mesmo faz; por mais que o mundo esteja corrido, é fácil
desacelera-lo com uma ajuda de John Lennon, ou apertar o FAST e deixar que
James Brown faça o resto. Que a vida é foda e destrói nossos sonhos como se
fossem moinhos nós já sabemos, mas desde que ela não mexa na minha playlist,
para mim está tudo bem. Nós queremos mesmo é sair contra o vento, não precisamos
de lenço ou documento nessa infinita highway em que nós corremos e corremos e
corremos em volta do mesmo circulo; só queremos nossos fones de ouvido, nada
mais; com eles somos intocáveis, poderosos, invencíveis e vagamos pelas mais
esquecidas lembranças que existem nas nossas almas. Pensa assim: se a música
não fosse algo tão grandioso, fantástico e poderoso ela não seria censurada,
não é verdade?
Não existe nada melhor do que uma música cuja letra faça
sentido. A gente escuta e gosta de tanta coisa que não faz sentido algum e
quando encontramos uma que o faça parece ser um pote de ouro; algumas parecem
terem sido escritas diretamente para nós, talvez tenham sido; eu procuro pensar
que são. No fundo no fundo, somos todos iguais, sentimos todos os mesmo
sentimentos, nos magoamos com a mesmas coisas, somos todos seres humanos que
apenas querem às vezes se distrair e procurar a razão em algo subjetivo porque
em alguns momentos só o mundo não é o bastante. Nós não queremos só comida; nós
queremos comida, diversão e arte; nossos olhos, ouvidos e nosso espírito pedem
isso para poderem encarar cada dia com a mesma força, fé e disposição.
A música, sempre ela, estará lá para animar ou acabar de vez
com o nosso dia, a gente queira ou não; estará lá para tentar mudar o mundo,
por mais que todas as outras pessoas achem que isso é babaquice. Qual música
você gosta de escutar? Qual música te faz dançar? Qual te faz chorar? Você está
triste, meu amigo? Vamos colocar um tango e dançar a noite inteira, ou então
coloque aquele sertanejo bem dor de cotovelo e jogue pra fora tudo que há de
ruim ai dentro do seu coração! Grite: MAKE LOVE, NOT WAR! A vida é muito curta
para ficar no silêncio. Não importa o gênero; não importa seu gosto; a única coisa
que importa é que você se sinta bem, pois ao apertar o play você prolonga a sua
vida e faz o dia ficar verde! Sim, verde! Um dia verde de esperanças para mim e
para você também.
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