quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Saudades



Do que você sente saudade?
De passar o dia com os amigos?
De ficar só a toa?
Ou da sua melhor idade?

Do que você sente saudade?
De correr pela areia?
Daquela forte bebedeira?
Ou da sua faculdade?

Do que você sente saudade?
Daquela pessoa que está longe?
De olhar para o horizonte?
Ou daquelas conversas até tarde?

Me fale, me fale, meu amigo;
Do que você sente saudade?
Sentir falta não vale;
Isso é outra coisa; está em outra parte.

Você sente falta de tomar banho,
Sente falta de comer
Mas não sente saudade disso
Saudade é outra coisa; entenda isso!

Sentimento confuso que aperta o peito
Nos deixa triste e molha nossos olhos
Levante a mão quem nunca sentiu saudade de alguém
E saibas que, de verdade, você nunca amou ninguém.

Meu amigo, meu irmão;
Saudade não se cria, não se vende, não tem tradução.
Alguns têm mais, outros têm menos,
Mas não importa a quantidade, já é muito forte se for saudade.

Eu sinto saudades da minha infância;
Das minhas velhas lembranças;
Sinto saudade do mundo e de pelas ruas correr.
Sinto saudade de nós; sinto saudades de você.

domingo, 27 de janeiro de 2013

São Paulo


São Paulo,
Cidade grande;
Cidade impetuosa;
Cidade monstruosa.

São Paulo turística,
Cheia de bares e restaurantes,
Museus e mirantes,
E situações para admirar.

São Paulo social,
Vestimentas regionais,
Gírias virais
Encontros informais.

São Paulo cidadão,
Moradores atrasados,
Governo engando,
Pensamentos em vão.

São Paulo vilão,
Drogas e bebidas,
Mendigos nas avenidas
Ocultos da multidão.

São Paulo religioso,
Evangélicos e católicos,
Místicos e budistas,
Ateus e muitos outros.

São Paulo econômica,
Bolsas e mercados,
Compras e vendas,
Dinheiro a venda!

São Paulo e os poemas,
Uma boa relação.
Assunto é o que não falta
Ou uma boa canção.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Coisa de Escritor


O escritor, aspirante ou profissional, escreve para ser lido. É verdade, mas poucos dizem ou escrevem isso. Sim, escreve por prazer, para desabafar, para tirar ou exorcizar algo  de dentro da alma, mas mesmo quando é algum desses o motivo inicial, no final, ele espera que as pessoas leiam o que ele escreveu.

O escritor, aspirante ou profissional, se alimenta de seus leitores; são eles que o motiva a continuar escrevendo e por isso são tão importantes. É alimentado pelos seus sentimentos, comentários, criticas; tudo. Tudo que tenha a ver com sua escrita. Seu filho. Alimenta-se de seus leitores assim como a religião se alimenta de seus seguidores e os clubes de futebol se alimentam de seus torcedores.

Se o escritor, aspirante ou profissional, não quisesse ou não gostasse que as pessoas lessem seus textos, ele não divulgaria textos, não escreveria textos; escreveria um diário. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

O vazio (parte II)

Quem sabe o que é o amor?
Quem sabe o que é amar?
Quem sabe...

O homem racional
Se entrega ao coração
Nessa situação.

O homem emocional
Fica racional
Para ludibriar o amor.

Talvez não seja o saber
Ou mesmo o que sinto
E, sim, a soma do dois.

Dois mecanismos
Ambos com defeito
Agindo descontroladamente.

Procurando preencher,
Sim, preencher o vazio
Que fica em mim.

O vazio que fica no meu coração,
O vazio que fica a minha frente
Enquanto almoço sozinho.

Talvez eu a chame pelo nome,
Grite o seu nome...
Se ao menos soubesse seu nome...

Mas eu não sei o seu nome,
Não sei como você é,
Só sei que sinto sua falta.

Sei que esta longe,
Talvez a distância que estou do céu...
Do paraíso...

Tenho que me conter,
Conter esse calor
Em um mundo tão frio.

Ah razão... volte ao seu normal,
Ah coração... pare de sonhar,
Espere o dia chegar.

domingo, 20 de janeiro de 2013

Qualquer Poesia



Toda poesia carrega um pouco de mim
Do que eu fui, do que eu sou e do que queria ser
Toda poesia tem um pouco de tudo
Dos meus sentimentos, do mundo.

Toda poesia que faço tem um pouco das pessoas que conheço
Da minha família, dos meus amigos, do meu apreço.
Qualquer poesia que eu faço tem um pouco, bem pouco de mentira
Todas elas são reais, embora eu seja apenas um rapaz.

Todas que eu leio estão em algum lugar
Porque toda poesia que há foi feito por algum motivo
Qualquer poesia tem um quê de verdade
E todas elas carregam os sentimentos da humanidade.

Os sentimentos de Pandora, que outrora estiveram presos;
Que foram soltos para o mundo, para o nosso desespero.
Toda poesia que faço tenta fugir da rima
Mas acabam da mesma forma; essa é minha sina. 

Renovação



Chega uma hora na vida da gente
Que o melhor a se fazer é seguir em frente
Deixar algumas coisas que te machucam para trás
Buscar algo novo que te agregue mais.

Coisas boas também ficarão
Mas é preciso sacrificar um pouco de compensação.
Suas lagrimas de hoje serão sorrisos amanhã
Se a loucura te perturba hoje, amanhã você estará sã.

Coisa que você gosta, às vezes, acabam te prejudicando
É melhor dar dois passos à frente e ir se renovando
Isso não será nada fácil, é bom você saber,
Mas é necessário para todos, principalmente para você.

Alguns laços são feitos bem forte para nos ajudar
Mas laços são para sempre, são defeitos quando tudo acabar.
É assim que segue a correnteza, fazendo e desfazendo laços.
E é assim que caminhamos; passo a passo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Um minuto de silêncio


Um minuto de silêncio
Para quando deixamos nossa vontade morrer
Fazemos o que as pessoas querem
Para deixa-los felizes perto de nós.

Um minuto de silêncio
Para a palavra que queria sair,
Mas não falamos para chatear
E até não machucar.

Um minuto de silêncio
Para o que eu desejo fazer,
Mas minhas condições não deixam
E as circunstâncias não favorecem.

Um minuto de silêncio
Por ter deixado de falar
Coisas boas e que podiam melhorar,
Mas achei melhor só pensar.

Versos Livres - Parte 2



Fui olhar minha sorte do dia
Mas ela não falava nada sobre te ver.
Para que se chama sorte do dia afinal?

Deveria ser meu azar do dia, seria tudo igual.
Porque de nada adianta ter o sol como companhia
Se o que me faz sorrir é estar com você.

Chuva




Toda chuva trás um pouco de tristeza
Toda chuva trás um pouco de solidão
Algumas servem para lavar a alma
Outras para puxa-la para o chão.

Nem toda chuva trás tristeza
Nem toda chuva trás solidão
Nem todas lavam a alma
Nem outras a puxam para o chão.

A chuva, aquela pesada de outrora,
É chuva boa, ruim e maldosa
Muda de acordo com a pessoa em que ela bate
Alguns precisam de chuva forte, outros, uma calorosa.

Nas minhas costas já bateram trilhares de gotas
Escorreram por ela como escorrem pelo meu rosto
Eu tomo banho de chuva quando sinto vontade
Talvez você ache isso ridículo; vai do gosto.

Essa chuva que destrói os sonhos alheios
É a mesma que mata a sede e prolonga  a vida
Um pouco de vida, um pouco de morte; como nós
Ora herói, ora algoz. 

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

O vazio

Procuro algo que preencha o vazio,
Sim, o vazio que fica no meu peito.
Algo que alguns chamam de amor,
Amor cego e cheio de calor.

Talvez eu deva procurar,
Mas tenho medo de achar,
Achar algo que desejarei
E atrás correrei.

Não sei se tenho que escolher
Ou apenas esperar aparecer,
Mas sei que ela vai chegar,
Sim, ela vai chegar.

Alguém a quem amarei
E uma vida formarei.
Juntos viveremos,
Felizes nós seremos.

Mas tenho medo de despertar,
Despertar um amor incontrolável,
Um amor tão profundo
Que me leve tão fundo.

Por isso tenho que esperar,
Saber esperar.
Apesar de não querer;
Apesar de sonhar.

Ouvi provocações;
Ouvi gozações;
Mas sei que vai chegar,
Na devida hora vai chegar.

Por isso durma amor,
Não desperte tão cedo
Tenho medo que desperte
E que a minha vida se perca.

Por isso vou esperar,
Esperar o amor chegar.
No devido momento me unirei
E o meu final feliz eu terei.

One More Green Day for U2



“ Música é tudo. Só ela impede que fiquemos loucos. “

A frase acima, dita por Lee Red, é tão verdadeira que se fosse dita há algum tempo por alguém como Locke, Maquiavel ou Robespierre, transformaria-se em um combustível para algum tipo de revolução popular ou um estudo religioso sobre tal conclusão. A música impede que nós fiquemos loucos, sim, afinal quem nunca afogou suas magoas, descarregou sua raiva ou exorcizou sua alegria para fora do corpo enquanto escutava aquela música?

O meio e as pessoas a sua volta justificam o tipo de música que você gosta, mas existem exceções, sempre existem exceções. Filho de pais nordestinos, meus ouvidos se acostumaram a escutar a sanfona de Gonzaga e companhia limitada desde cedo, casa adentro, porem, foi pelos pesados sons de guitarra que eles se apaixonaram; aprenderam a apreciar a boa brisa do reggae de Tio Bob e do irmão Garrido; a conhecer mais a Irlanda através dos sons do U2 e a ser mais critico e revoltado com as aulas de Billie Joe Armstrong e a partir daí ir cada vez mais fundo nesse buraco negro musical. A música define como você encara a vida, mas não o que você faz dela, logo, dizer que uma criança se torna criminosa ou prostituta por escutar funk carioca é um engano. Existe todo um contexto social por trás desse determinismo, mas isso já é outro assunto.

O que é o dia a dia? Para os olhos de um jovem cercado pelos seus fones o mundo é apenas uma seleção de imagens em movimento recheadas com uma trilha sonora que ele mesmo faz; por mais que o mundo esteja corrido, é fácil desacelera-lo com uma ajuda de John Lennon, ou apertar o FAST e deixar que James Brown faça o resto. Que a vida é foda e destrói nossos sonhos como se fossem moinhos nós já sabemos, mas desde que ela não mexa na minha playlist, para mim está tudo bem. Nós queremos mesmo é sair contra o vento, não precisamos de lenço ou documento nessa infinita highway em que nós corremos e corremos e corremos em volta do mesmo circulo; só queremos nossos fones de ouvido, nada mais; com eles somos intocáveis, poderosos, invencíveis e vagamos pelas mais esquecidas lembranças que existem nas nossas almas. Pensa assim: se a música não fosse algo tão grandioso, fantástico e poderoso ela não seria censurada, não é verdade?

Não existe nada melhor do que uma música cuja letra faça sentido. A gente escuta e gosta de tanta coisa que não faz sentido algum e quando encontramos uma que o faça parece ser um pote de ouro; algumas parecem terem sido escritas diretamente para nós, talvez tenham sido; eu procuro pensar que são. No fundo no fundo, somos todos iguais, sentimos todos os mesmo sentimentos, nos magoamos com a mesmas coisas, somos todos seres humanos que apenas querem às vezes se distrair e procurar a razão em algo subjetivo porque em alguns momentos só o mundo não é o bastante. Nós não queremos só comida; nós queremos comida, diversão e arte; nossos olhos, ouvidos e nosso espírito pedem isso para poderem encarar cada dia com a mesma força, fé e disposição.

A música, sempre ela, estará lá para animar ou acabar de vez com o nosso dia, a gente queira ou não; estará lá para tentar mudar o mundo, por mais que todas as outras pessoas achem que isso é babaquice. Qual música você gosta de escutar? Qual música te faz dançar? Qual te faz chorar? Você está triste, meu amigo? Vamos colocar um tango e dançar a noite inteira, ou então coloque aquele sertanejo bem dor de cotovelo e jogue pra fora tudo que há de ruim ai dentro do seu coração! Grite: MAKE LOVE, NOT WAR! A vida é muito curta para ficar no silêncio. Não importa o gênero; não importa seu gosto; a única coisa que importa é que você se sinta bem, pois ao apertar o play você prolonga a sua vida e faz o dia ficar verde! Sim, verde! Um dia verde de esperanças para mim e para você também. 

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mímico

Um homem diferente
Trabalhava distintamente.
Fora do normal,
Fora do convencional.

Buscava o conhecimento,
Nada de programas do momento,
Queria algo transcendente,
Algo permanente.

Por isso era um homem diferente,
Pois era algo que ficava em sua mente
E de lá não queria sair,
Sair para um mundo indecente.

Via as pessoas se imitar
Com vários métodos de manipular
Mentes pequenas e fracas,
Pessoas indefesas.

Mas elas preferiam ser mímicos
Do que ser autênticos...
Ser meras sombras deformadas
Do que a forma melhorada.

Simplesmente ser uma sombra,
Sem voz, sem sintomas.
Apenas um esboço da realidade
Uma cópia com deformidades.

E assim iam...
Como mímicos atrás de tendências,
Tendências musicais e artísticas
Além de tendências vida.

Por isso esse homem era diferente
Por ser algo que estava ausente.
Não apenas uma cópia sem expressão
Um mimico atrás da produção.

Contudo ele sabia,
Que o mimico em tudo vivia,
Se informava e comunicava
Sem som e sem voz.

Apenas com gestos entendiam
Prazeres que trabalhador não sabia.
Por isso o homem se isolava,
Se abstraia dos mímicos surgiam.

E apesar de todo o seu conhecimento
De algo ele sabia
Que se não tomasse cuidado ele se convertia
Sem cor e sem voz ele ficaria.

Sem expressão, sem ação
Algo que ele não queria.
Por isso se declinou
Ele logo voltou a ser o trabalhador.

Conversas Internas



A Vida brinca com a gente e a gente brinca com a Vida tendo a esperança de que algum dia ganharemos essa disputa . . .

Vai dar merda. Você não sabe. Sei sim. Vai dar merda, como deu da outra vez. Mas da outra vez era diferente, hoje eu to mais maduro, mais esperto com as coisas que podem acontecer e sei analisa-las e fazer a escolha correta. Vai dar merda. Você é muito pessimista! Pessimista, não. Sou realista. Racional, você é emotivo demais; parece um emo que escuta Oasis toda a vez que tá na depressão. Não fala merda, Oasis é muito bom. Sim, é muito bom, intensifica tudo, inclusive as dores internas que vira e mexe você tem. Eu gosto de Oasis. Eu também gosto. Concordamos em alguma coisa pelo menos. É, você não é de todo ruim, mas as vezes me irrita, cara. Puta que pariu. Para de ser idiota e me escuta: Toma seu caminho, Mané! Já passou da hora de você acordar e encarar a vida de uma visão mais realista; a vida é foda! Não é tanto, as pessoas que são dramáticas demais e medrosas demais. Fala como se não tivesse medo de nada. Tenho. Eu sei que tem; tem medo de fazer escolhas e elas não darem certo; tem medo de arriscar, mas se você não arrisca ou toma uma posição quando perceber já vai estar com o pé na cova. Pessimista demais você. Realista. Que seja. E ai, vai fazer o que? Não decidi ainda, vou pensar sobre isso e depois eu vejo o que faço. Depois, depois, esse é o seu problema, deixa tudo pra depois; se um dia o mundo acabar de verdade vou rir muito da sua cara porque o seu depois vai pro inferno junto com você. A hora é agora, rapaz, não deixa o bonde passar novamente e te deixar pra trás; a vida é feita por um desembaraçar de escolhas que nós tomamos, seja certa ou errada, isso, na verdade, é apenas um detalhe, porque quer queira ou não todas elas nos tornam melhores e nos ensinam algo; o grande segredo é saber como conecta-las lá na frente e isso só você pode fazer. É; acho que você está certo. Lógico que estou, eu sempre estou.

domingo, 13 de janeiro de 2013

Cazuza: O Maior Abandonado



"Cantando agente inventa.
Inventa um romance, uma saudade, uma mentira.
Cantando a gente faz história.
Foi gritando que eu aprendi a cantar:sem nenhum pudor, sem pecado. Canto pra espantar os demônios, pra juntar os amigos.
Pra sentir o mundo, pra seduzir a vida. " ( Cazuza )

Considerado como um dos maiores compositores da musica brasileira, Cazuza era o típico maior abandonado carioca e fantasiava seus próprios segredos com composições que eram ora criticas e pesadas, ora românticas e transpiravam sentimentos. Características essas que também marcavam sua personalidade  intensa e ao mesmo tempo tranquila. Era exagerado. Inventava amores para se distrair e cantava pelos quatro cantos que queria uma ideologia para viver, mas ele mesmo criava sua própria ideologia. Adorava raspas e restos. Cazuza atingia sempre os extremos, seja qual fosse seu estado de espírito.

Por que Cazuza era assim? Talvez nem ele mesmo soubesse, ou talvez, não quisesse saber; fazia parte do seu show. O show particular de ser Cazuza. Queria a sorte de um amor tranquilo; queria que o dia nascesse feliz para que ele pudesse aproveita-lo. Enquanto o mundo dormia, ele acordava. Para Cazuza o tempo não parava. Vivia intensamente, segundo por segundo, ao melhor estilo Cazuza de ser, e ainda alimentava os carentes ouvidos brasileiros. Eram o seu pão e sua comida. Era o que ele gostava de fazer: criar, escrever, compor, colocar todo o amor que havia naquela vida frenética em uma canção e fazer com que todos parassem para escuta-lo. Ele não fazia a música, apenas a retirava, porque de alguma forma ela já estava ali dentro dele; ele era a música e a música era ele.

Mas no dia 7 de julho de 1990, Cazuza fechou os olhos pela ultima vez, deixando milhares de fãs órfãos.
O tempo não parou para esperar Cazuza e nem ele parou para esperar o tempo.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

O Grande Irmão Brasileiro



Ei, meu amigo, não faça nada de errado;  você está sendo observado! Trocentas câmeras ligadas e bilhões de cérebros em stand by estão de olho em você; estão de olho no que você fala, se você convive com A ou com B e para onde você vai quando desliga a TV. Vou te dar alguns toques sobre o que aprendi com essa gente, obviamente será difícil ser autentico somente. Por isso, é melhor ir se preparando porque conforme os dias passam o real e fictício vão cada vez mais se misturando.

Não seja muito encrenqueiro, eles não gostam de gente muito arruaceira, mas também não banque o santo se não tu vai ficar de canto. Seja imparcial para não te odiarem, tome o partido uma vez ou outra e não fique muito em cima do muro, porque acharão que você é uma criancinha sem opinião formada e que não é maduro.  Sobre política você não precisa saber de nada é muito chato, camarada e é melhor nem comentar, vai que você ofende algum cara casca grossa com o que for falar. Fale sobre futebol, isso é bacana, o brasileiro gosta, mas não critique nenhum time muito grande se não você vai cair fora.

Não precisa ser um grande fã de livro porque eles não se importam muito com isso, mas se quiser ler alguma coisa indico  um pra você: 50 Tons, é o bixo! As pessoas vão se identificar com você; deixa essa coisa de Machado, Lispector e Orwell para lá, tudo isso para eles é lixo. Ser sustentável e ambientalista tá na moda, mas não entre nesse assunto fora de hora, eles te acharão um chato e é você que pagará o pato. A legalização das drogas, aborto e essa história de cotas são coisas muito polemizadas é melhor não entrar em detalhes para não cair em nenhuma cilada.

Outra coisa perigosa, não questione o poder daquela caixa grandiosa que solta cores pelos lares de forma tão meticulosa; se um plin plin você ouvir, pode-se curvar, é o nosso Grande Irmão Brasileiro que veio se apresentar. Lembra das mentes em stand by que eu mencionei anteriormente, pois é, esse é o cara que as liga e desliga quando acha conveniente, mas não é só ela, não, os outros irmão deles são iguais, só mudam as cores a doutrina é a mesma, meu rapaz. Fazem copias e mais copias; modelam quando preciso e depois querem pagar de bacana; cara, não cai nessa lábia, é tudo um bando de sacana.

Amigo, meu caro amigo, cuidado com alguns jogadores que estão por aqui, parecem seus amigos, mas por 50 reais podem te trair; é bom ficar esperto e muito de olho aberto; ser paciente e saber que muitas vezes você vai perder e muitos vão te criticar, mas, meu amigo, não esquenta, nesse jogo chamado vida uma hora ou outra você aprende jogar e com esses jogadores traiçoeiros, que só ficam de olho você, saberá como lidar.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Dependência e Vida



E essa busca implacável que as pessoas fazem atrás da independência? Besteira!

A busca pela independência humana é mais uma das utopias que a mente do homem inventou para ocupar seu tempo e acreditar em algo subjetivo e impossível.

Um individuo nunca terá a independência plena; todos nós somos partes de uma grande teia que interliga cada um. Precisamos dos nossos pais para ser gerados e ao longo do nosso crescimento, da mesma forma que sempre precisamos dos nossos amigos quando somos adolescentes, adultos e idosos.

É impossível ser feliz sozinho. É impossível sair da tristeza sozinho.

É preciso uma mão amiga para enxugar aquela gota salgada de lágrima que nos escorre a face quando não estamos nos melhores dias; secar as próprias lágrimas não tem a menor graça. Somos dependentes de carinho, de ternura e dessas coisas que poetas adoram de colocar em seus textos para agarrar o leitor. Os poetas são dependentes de seus leitores, dos apaixonados especialmente. O poeta é dependente da paixão.

As pessoas felizes são dependentes de abraços e de sorrisos. Afinal, qual a graça de sorrir sozinho? Um sorriso depende do outro para existir; se multiplicam mais do que bocejos às 6hs da manha no transporte publico ou as noticias que se espalham pelas redes sociais, mensagens e telefones.

Vivemos para compartilhar. Somos dependentes uns dos outros. Dependemos de seus sorrisos, de suas lagrimas, das palavras e das atitudes de cada um dos integrantes desse imenso contexto chamado Vida. Sempre foi assim; sempre será.

Eu não almejo essa total independência que muitos querem. Quero, sim, em alguns momentos poder tomar decisões com total autonomia, mas até nisso não seria totalmente independente porque uma decisão leva em conta outros diversos fatores que as direcionam para um determinado fim. Desejo boa sorte para aqueles que a querem, mas eu fico aqui, em meio a essa total dependência moderna das pessoas. Prefiro estar no meio delas.

Versos Livres


Eu vou fazer uma máquina do tempo
E vou parar alguns momentos
Mas só aqueles em que eu estiver com você.

Vou leva-la para te mostrar
E quando você me abraçar
Será o primeiro momento que eu vou parar.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O conhecer

Com roupas quentes
E com uma casa de alvenaria,
Penso ser conhecedor do mundo
Ou ao menos cidadão dele.

Descobri que não conheço o mundo,
Nem ao menos o seu estudo.
Talvez não conheço nem um pouco
O que eu acho que conheço.

Tantos estudos e tantas ciências
Muitos com muitas eficiências.
Como conhecer aquilo que nem conheço
Aquilo que nem ao menos vi.

Por isso busco conhecer um pouco,
Um pouco de tudo.
Mas isso não é o suficiente
Por isso busco informações.

Os químicos e suas composições;
Os engenheiros e suas elaborações;
Os artistas e suas obras;
O jornalista que tudo informa.

O arquiteto e suas construções;
O médico com suas curas;
O biólogo e seu ecossistema;
Os filósofos que realmente pensa.

E tantas outras ciências e estudos
Que nem ao menos cheguei o nome escutar,
Mas sei que em minha vida vem influenciar
De modo inusitado vem me ajudar.

Ideias revolucionárias nos ajudam
E que nos fazem pensar de uma nova forma,
Não só pensar, mas transformar
Problemas em soluções.

Tantos pensamentos e razões;
Tantas confecções e produções;
Tanta natureza e beleza;
Tantas obras e ilusões.

Por isso descobri
Que nunca no mundo vivi,
Um lugar cheio de surpresas
E também cheio de belezas

Belezas naturais;
Belezas estruturais;
Belezas construídas;
Belezas ilusórias;

Por isso busco conhecer
E, ao menos, em algo me especializar.
Pelo menos algo profundo vou falar
Te tantas coisas a me cercar.

Reflexo Noturno




Meus heróis morreram de overdose; morreram de AIDS; de câncer e de outras coisas que a vida inventou para vencer os duelos contra a mente eloquente do homem. Mas mal sabe ela que grandes mentes não morrem com a morte, pelo contrario, são eternizadas. Acabam virando mitos. Pois a mente humana vaga pelos vales mais deserto em busca de algo para se prender, como frases, canções, melodias; afim de encontrar-se ou descobrir seu caminho em alguma delas.

- Bem aventurados sejam aqueles que amam essa desordem!

Desordem doce e amarga, como um chocolate feito para uma pessoa com diabetes; o doce amargo do chocolate é a doce amargura dos sonhos interrompidos. O bonde passa cheio de pernas, sim, mas também passa cheio de sonhos, de desejos, de pensamentos que ora ou outra serão interrompidos. Seja pela decepção, seja pela desistência. Quem dera eu ter sete faces para poder conversar com todas elas.

- Óh, Deus, perdoe esse pobre coitado que de joelhos rezou um bocado pedindo para chuva cair, cair sem parar!

As mentes rezam. Rezam para si; rezam para os outros. Rezam para que caia chuva e para que pare de chover. As pernas, não. Elas não rezam, apenas seguem em frente porque acreditam apenas no chão em que pisam, deixando a cabeça fazer todos os trabalhos e subjetivos que elas não têm tempo para fazer.

- Temos todo o tempo do mundo!

Sim, mas ele também nos tem! O Tempo! O maior vilão de todos os. . .tempos! E o tempo nos inveja, por isso acelera quando estamos nos divertindo e passa devagar quando estamos à espera de algo. O tempo é sádico. Por isso inventaram a máquina fotográfica. Para vencer o tempo e para aprisiona-lo; mostrar quem é o dono de quem. Há! Dois a zero para a humanidade.

- O que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia.

Mas no fim das contas a foto só faz o nosso chocolate ficar cada vez mais amargo, pois retrata algo que não está mais ali; algo que já nos escorreu pelas mãos, assim como o próprio tempo, que voa nas asas de um avião e assombra as mentes das pessoas que passam naquele bonde que estava cheio de pernas, desejos e sonhos; aquele bonde que provavelmente já deve estar chegando ao seu destino. É hora de acordar. É hora de viver.

- Vamos viver tudo que há para viver. Vamos nos permitir.

domingo, 6 de janeiro de 2013

A Menina e o Vento



Ela olhava todos os dias para o nada
Sentada à frente da janela imaginava caminhos
Imaginava desejos realizados; sonhos conquistados.
Sonhava com o príncipe encantado.

Sentada à frente da janela a menina voava
Como os pássaros que voam pelos seus sonhos
Ela imaginava cores pulsantes saindo de sua cabeça
Sonhava com uma vida cheia de beleza.

A menina não poderia ficar ali a imaginar o que queria
Se realmente quisesse algo teria que correr atrás
Se quisesse amar as coisas teria que enfrentar seus medos
Mas a menina só queria naquele momento contar os seus segredos.

Seu melhor amigo, o vento, estava ali para escuta-la
E com ele ela sabia que nenhuma palavra elas precisava dizer
O vento que a consolava não precisava de palavras
Ele a conhecia a tanto tempo que conseguia decifra-la.

A menina sentia o vento bater em seus cabelos
Fechava os olhos e sonhava que estava no mar
Andando sobre as águas, sentido a brisa do oceano
E depois os abria e via que tudo aquilo era um engano.

- Vento, meu amigo, me leve pra longe daqui.
Ela dizia, com ternura, e esperava o vento responder.
Só que o vento nunca respondeu para ela
Ele apenas consolava a menina em frente à janela.