segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sombras da Noite



Sombras da noite nós somos,
Mas não procurando ninguém para assombrar.
Sombras da noite nós somos,
Fazemos da lua a nossa companheira para conversar.

Sombras da noite ignoradas pelo mundo
Que não nos acolhe como acolhe os iluminados
Não nos aconchega com um abraço profundo.
Trata-nos como se fossemos vulgos condenados

Sombras da noite nós somos,
Vagamos de uma rua a outra, de esquina em esquina.
Viramos vilões e medo nos olhos de quem tem mordomo,
E o que não tem também nos discrimina.

Sombras da noite nós somos e esquecido também;
Esquecidos pelas pessoas que nos eram familiares.
Identidade para uma sombra não convém.
Andamos solitários, as ruas são nossos lares.

Sombras da noite também sofrem com o frio,
Também sofrem com a violência;
Queremos estar seguros do civil;
Da cidade, vivemos o máximo e o pior de sua carência.

Sombras da noite, mas de dia estamos por ai;
Procurando algum lugar pra comer;
Algum lugar tranquilo pra dormir;
E alguma esperança para viver.

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