Drummond poderia muito bem ter tirado, pulado ou contornado
a pedra que estava no meio do caminho; poderia até mesmo não ter escrito sobre
ela para ninguém. Por que não o fez, então?
Talvez porque Drummond quisesse sempre se lembrar da perda
que tinha no meio do caminho; lembrar que não seria a primeira e muito menos o ultimo
caminho que teria uma pedra. Pode ser que Drummond tenha escrito sobre a pedra
para que aprendêssemos a estar atentos aos detalhes e as coisas mínimas e minúsculas
que nos cercam; para que aprendêssemos a dar valor a elas e não menosprezar
nada que há na Terra.
E se Drummond queria apenas ser diferente? E se ele apenas
escreveu aquilo para questionar as coisas chatas e maçantes que se escreviam
naquela época; escreveu para curar o atraso que havia na cultura naquela época
e, ao mesmo tempo, cutucar os velhos e chatos escritores conservadores? Será?
Talvez sim, talvez não... Nunca saberemos; nunca seremos
Drummond. O importante é que no meio caminho de Drummond tinha uma pedra; e no
meio do caminho da pedra tinha Drummond.