Lembra daquele tempo em que você não fazia mais nada a não ser ir para escola e ficar a toa em casa?
E daqueles dias frios e chuvosos em que você ficava no sofá ou na cama da sua mãe só assistindo desenho, você lembra?
E as noites de natal? Varias horas até chegar à meia noite e ganhar presentes, não é? Batia aquela vontade de ficar acordado a noite inteira, mas você nunca ficava porque não podia, ou porque não agüentava mesmo. E você pensava: “Eu queria crescer logo. Poder fazer o que os adultos fazem, sem ninguém para me impedir”.
E sabe o que acontece?
O tempo passa, e você nem percebe. Os seus amigos de escola crescem e seguem caminhos diferentes do seu. Vocês perdem contato. Você muda, eles também. As coisas se tornam mais superficiais, não importa o quanto você diga que não. Vem as responsabilidades, e com elas a chatice. Você vive para o trabalho, cursinho ou faculdade. É o mesmo sistema, você faz parte dele agora e ao entrar, não tem mais volta, você agora é um adulto, parabéns! Não era isso que você queria?
Mas, o pior de tudo, é que ao entrar na fase adulta algumas pessoas começam a esquecer quem elas são, não sabem mais quem são seus amigos. Na verdade, não têm mais amigos, elas tem colegas. Colegas de trabalho, de faculdade, de curso, etc. Desconfiam de tudo e de todos. Os laços de relacionamento se tornam cada vez mais frágeis.
Esquecemos o que realmente importa, mas não porque queremos, mas sim, porque o tempo não nos deixa lembrar. Tempo? Que tempo? Ah, verdade, perdemos nosso tempo também.
Perdemos o espírito de criança que há dentro de cada um de nós. O espírito que nos faz sonhar, sorrir, ter esperança e chorar quando temos vontade. Não importa quantos anos você tem, todos temos uma criança dentro de nós, talvez você não acredite, mas essa é a verdade. O corpo cresce, isso é impossível de se evitar, mas a sua mente caminha à velocidade que você desejar. Você pode escolher entre se tornar um adulto chato e sem emoções ou em uma pessoa que, apesar de ter crescido, ainda dá valor e crê nas mesmas coisas que acreditava quando era criança.
Ser criança é ter fé no impossível, sorrir pelo simples, ver somente as coisas boas por mais que elas estejam em lugares ruins. É tentar dar dois passos, cair, e levantar só para cair de novo. Ser crianças é olhar para o quintal em um dia chuvoso e dizer: “Vamos tomar um banho de chuva?”
Pois isso, não deixe a criança que existe dentro de você crescer. Deixa-a lá, no lugar dela, para que nos momentos certos ela te mostre o que realmente importa.
Feliz Dia das Crianças!