Hoje, perdi-me nas palavras que não escrevi ontem. Aquelas
que brotaram na minha mente enquanto pensava na roda gigante da vida: ora lá em
cima, ora aqui em baixo. Aquelas que me fugiram da cabeça quando comecei a
pensar no mundo da matéria; no mundo dos concretos e da realidade.
Hoje, não tenho mais as mesmas palavras que tinha ontem. São
outras. E essas outras não expressam minha dor, apenas a atenuam; mas quem
disse que quero atenua-la? Quero bota-la para fora como se fosse o suor do meu
rosto que escorre polegar por polegar até repousar no chão. Para assim, poder
voltar ao mundo do subjetivo, lugar perfeito para ficar.
Mas, hoje, as palavras das quais preciso estão mortas. No cemitério
das palavras, mais conhecido como minha mente e sepultadas a sete palmos de
terra pelo pior coveiro que existe: o meu coração.
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